Portuguese, Irish, Greeks, Spanish. PIGS. Isso mesmo: porcos. Eis como nos vêem os nossos paisanos da Europa nortenha dita civilizada, industrial, estável. O mediterranismo cria muita confusãozinha naquelas cabecitas nórdicas e centro–europeias. E agora fartaram–se nós e o ataque começa sob a forma da pior forma de especulação financeira. A Europa do eixo franco–alemão é um fracasso. Não só se relevou incapaz de escapar a uma crise começada no outro lado do Atlântico como, agora que nela estamos atolados até ao pescoço, consegue apresentar uma medida que seja para a resolver, se não contarmos, claro, com a artificialidade do défice de três porcento. A senhora Merkel e o senhor Bruni estão indignados com a Europa mediterrânica e o seu despesismo, a sua falta de produtividade e competitividade, no entato, é bom relembrar, que passaram uma década a pagar para que deixássemos de produzir para que não pudéssemos concorrer com a sua agricultura e a transformar–nos em mercado e fonte de mar–de–obra barata. De nada lhes serviu, convenhamos, os agricultores centro–europeus continuam na fossa por que não conseguem suportar os custos de produção sem venderem os seus produtos a preços que condenariam à fome os europeus e a produtividade franco–alemã muito se ressente de anos de capitalismo selvagem onde o conceito de investimento a longo prazo é tabu, incapaz de resistir à crise financeira mundial e ao assalto asiático. Fomos transformados, coma lânguida complacência do cavaquismo, no campo de golfe de alemães, franceses e ingleses, os mesmos que se indignam com a nossa falta de produtividade, os mesmos que nos pagaram para que deixássemos de ser competitivos. Afinal, tanta competência junta corre o risco de ser incapaz de salvar o próprio euro.
A União é uma excelente ideia empreendida por tontos. Tontos esses que desprezam o Sul com toda a sua aparente inércia, inépcia comercial, corrupção e caos a todos os níveis. Arrase–se a Grécia, mãe da nossa civilização. Destrua–se Portugal, que já era uma potência mundial quando muitos germânicos ainda tinham saudades de adorar ídolos de pau no meio dos bosques. Avizinha–se já o próximo alvo, a Espanha. Não se deveria preocupar tanto a senhora Merkel e afins: sobrevivemos ao nascimento e queda de um império com o qual os alemães apenas puderam sonhar, a meio século de ditadura fascista, a séculos de monarquia incompetente, ao pior sismo registado na Europa, sobrevivemos, imagine–se, a nós próprios. Cá estamos e, mesmo lutando contra o nosso intrínseco pessimismo, cá havemos de continuar, um dia de cada vez, um porcento do défice de cada vez, um mau governo de cada vez. Talvez até sobrevivamos ao capitalismo, essa aberração idealizada por medíocres ao dispor de medíocres que até consegue destruir países inteiros pela força da mais pura e abjecta especulação, para riqueza de uns e gáudio de outros.
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