O século XXI é o século de todas as ilusões. No auge de (mais uma) crise do capitalismo eis que, perante os impávidos e embrutecidos olhos dos europeus, como gado que pasta languidamente num campo, os neo–liberais conseguiram transformar uma consequência do saque a que colocaram o mundo numa pseudo–catástrofe gerada pelo estado social. Como? Injectando, mais uma vez, nas nossas pobres, e já de si conturbadas, mentes o problema secular do défice. Fazem–nos crer que a crise se deve ao défice e este, por sua vez, assenta no incompreensível esbanjar de dinheiro para servir os pobrezinhos e outros inhos que constituem a inerte massa de quem trabalha.
A História deixou de existir. Pela mão de uma nova geração de políticos liberais a quem podemos apontar todos os defeitos menos o de serem portadores de ideais, sustentados por um exército de historiadores da blogosfera e dos motores de busca da Internet (mas cheios da pompa de quem é detentor da razão pura) transformou–se o pobre capitalismo numa inocente vítima desses monstros que defendem que os estados devem servir uma maioria e não uma exígua clientela com posses.
Para quem ainda não reparou, esta crise começou com o colapso dessa ilusão que é o american dream. Afinal, era tudo mentira: não podemos todos ter uma grande vivenda recheada de electrodomésticos de última geração, um grande carrão à entrada, uma piscina e uma consola para os putos se entreterem. Pois é. Para se ter isso tudo um tipo tem que se endividar até à ponta dos cabelos e quando são milhões a endividar–se até à ponta dos cabelos, as empresas de crédito podem começar a falir. E com elas tudo o resto, porque vivemos num castelo de cartas. E afinal o que tem que ver o défice público, as constas do estado–providência, os ordenados dos funcionários públicos (e os outros) com isto?
Absolutamente nada.
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