Segunda-feira, 27 de Junho de 2011

exames nacionais

Aqui deixo um excerto do exame nacional de matemática (B), 10 e 11º anos de escolaridade, que considero particularmente interessante. A prova pode ser consultada na íntegra no site do GAVE

 

 

 

Portanto, se percebi bem, há um gajo qualquer chamado Rui que estuda acústica e que se interessa por marés. OK, tudo bem, eu sou biólogo e interesso-me por sofística pré-socrática. Faz sentido.

 

 

-Mas ó S'tôr, só há marés em Leixões? Já agora o que é acústica?

 

-Não, há marés em todo o lado e acústica relaciona-se com o som e sua propagação.

 

-Mas as marés fazem barulho?

 

-Bem... não, quer dizer... talvez... não sei. 

 

-Mas nos lagos não há marés.

 

-Há, só que a massa de água não tem dimensão suficiente para que a maré se possa sentir. 

 

-OK, mas esta cena do som tem que ver com aquilo de se ouvir melhor debaixo de água?

 

-Não... se bem que as marés se possam considerar oscilatórias, como qualquer vibração.

 

-Não percebi.

 

-Deixa estar isso e faz a porra do exercício.

 

-Deixar estar? Então e se isto é uma informação importante? Não falavam do raio da acústica se não fosse importante, pois não?

 

-Esquece essa merda! Só está aí porque o exercício seguinte fala de som!

 

-Ah! Então as marés sempre fazem barulho.

 

-Fod...

 

-Então e se o gajo se chamasse António? Tem mais letras, faz mais barulho?

 

-??

 

-Então e se fosse um canário? É que a minha avó tem um e mora em Vila do Conde... Já agora, os canários sabem nadar?

 

-???? Estás louco?

 

-Ó S'tôr, isto é uma rasteira, não é?

 


publicado por Harpad às 23:42
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soluções à portuguesa II

O nosso querido líder viajou recentemente para Bruxelas enquanto débutante da política europeia e, para prestar, como devido, vassalagem à cardeal-matriarca da economia europeia, a Fräu Merkel. 

Como demonstrar aos eleitores portugueses que a austeridade é para lecar a sério e, simultaneamente, se exibir como exemplo de confiança e honestidade? Simples: viajar em classe turística pela TAP, ao invés de optar pela classe executiva.

 

Não está mal visto, não senhor! Salienta-se, no entanto, uma questão (detalhe mínimo, sem dúvida): a TAP NÃO COBRA tarifa aos membros do governo português. Como resultado, o dinheiro que foi, efectivamente, poupado, aos contribuintes portugueses foi ZERO. Demagogia e oportunismo, por outro lado, foram impingidos aos portugueses em abundância.

 


publicado por Harpad às 21:30
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Domingo, 19 de Junho de 2011

o princípio do fim da democracia

Enquanto cá se enche a Avenida da Liberdade de ervas em mais uma parolada à nacional; enquanto cá os futuros magistrados (sim, os tipos que supostamente serão pagos para apanhar os cidadãos desonestos) são apanhados a copiar em massa nos exames de acesso à carreira; enquanto por cá se fazem governos de incógnitos medíocres; enquanto por cá as transferências de Porto, Benfica e Sporting são notícia de primeira página, eis que surgem movimentos de revolta que se vão espalhando por essa Europa fora (incluindo por cá) sem que o Tuga se aperceba. 

 

Mais do que questionar o nacional-porreirismo que nos rege, "o que se passa com o jornalismo, nos dias de hoje?" é a questão a colocar. 

 

O que sucede a um dos pilares da Democracia, contituído pela liberdade e pela a idoneidade de informação (coloco-as assim, juntas, pois só unidas fazem sentido)? A resposa parece simples: desabou desabou debaixo de interesses económicos, políticos e da mediocridade geral que, por fim, avassalou o meio jornalístico. 

 

O que cá começou com o descrédito de um primeiro-ministro eleito após o choque frontal com o senhor Belmiro de Azevedo, aquando do fracasso da sua OPA, continua com o ignorar das revoltas com a democracia podre em que vivemos em todos os países e locais onde não existam manifestações violentas (na Grécia, portanto). As notícias são poucas, mal explicadas, reduzidas a efemérides e cheias de incorrecções. Terão os media, portugueses e não só, receio de dar ideias aos povos dos seus países? Se sim, quem tal lho pediu?

 

Em Espanha, a polícia infiltra-se entre os manifestantes para os incitar à violência (sucedeu em Barcelona, no dia do bloqueio ao parlamento). Por cá, passou uma notícia (em rodapé, quase), anunciando que o movimento 15-M perde popularidade por se ter tornado violento. Hoje, foi publicada esta notícia no Publico Online. Atente-se na notícia de que as manifestações se espalham por todo o continente. PArece-me tema para encher todos os canais de notícias e para se convocarem debates, comentários & etc. Então porque tenho ouvido mais acerca do interesse do Inter em Villas-Boas do que neste assunto? 

 

Em Espanha, o El País parece ser uma excepção à cegueira total. Afinal, há quem tenha reconhecido uma farsa. Há pelo menos um jornalista que não se deixa iludir. Veja-se esta notícia.

 

Já agora, veja-se também o filme onde se compova esta farsa:

 

 

O que está a acontecer ao mundo dito democrático? Porque motivo estamos a deixar que isto nos aconteça?

 

A sorte dos povos ocidentais, contudo, é que a globalização e a tecnologia trouxeram a grande vantagem de se poder, agora, captar, partilhar e comentar notícias sem ter que pedir licença e, felizmente, sem ter que apresentar carteira de jornalista profissional.

 

Aproveitemos também para obter alguns esclarecimentos sobre o movimentos dos "indignados", pelas palavras do economista catalão José Luis Sampedro:

 

 

E para terminar: que merda é esta do Pacto do Euro e porque não está na ordem do dia cá na aldeia?

 

 


publicado por Harpad às 23:38
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Quarta-feira, 15 de Junho de 2011

afinal, para que serve um economista?

...eis a questão. Depois da crise de 2007, que reformas foram efectivamente feitas na economia de mercado (vulgo, "capitalismo"; vulgo "liberalismo"). Zero. Após um ano de FMI a Grécia está pior. Para que serviram os grandes economistas e gestores? Nada. O que aconteceu à Islândia e à Irlanda, esses grandes modelos capitalistas? O descalabro total. Afinal vamos ter uma nova crise em 2013, diz o economista que previu a de 2007. Fantástico - Marx já tinha previsto o acumular de crises até à ruptura final do capitalismo, ainda antes de meados do século XIX! Afinal enganei-me, parece-me que houve um economista que foi, efectivamente, capaz de debitar informação original. Pena que esteja morto.


publicado por Harpad às 23:38
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Terça-feira, 14 de Junho de 2011

ainda de pepinos

Vejamos se ficou claro:

 

1) os alemães não sabem lavar os legumes.

 

2) sem qualquer conhecimento de causa ou facto que lhe pudesse servir de sustento, os alemães (autoridade e comunidade civil) apressam-se a fazer cair as culpas do surto de Escherichia coli sobre os agricultores espanhóis, sendo Espanha um país, já por si, em grandes dificuldades sociais e económicas.

 

3) afinal o problema advém dos rebentos de soja cultivados numa quinta alemã.

 

4) os alemães pouco lamentam, dizem que a quinta teve "pouca sorte, apenas" e mais nada.

 

5) a UE, entenda-se, os contribuintes europeus que paguem o erro, a xenofobia e a incompetência geral demonstrada nesta situação.

 

 

Porque tenho eu, entre outros, que pagar por isto, afinal? Talvez fosse mais útil para a UE atacar este tipo de mentalidade onde mais dói: no bolso dos alemães.

 


publicado por Harpad às 00:07
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Terça-feira, 7 de Junho de 2011

de lagomorfos

 

Suicide Bunnies por Andy Riley (C) 

 

 

 


publicado por Harpad às 23:48
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Segunda-feira, 6 de Junho de 2011

soluções à portuguesa I

 


publicado por Harpad às 22:40
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Domingo, 5 de Junho de 2011

comentário da noite de eleições

Um jornalista da TVI (salvo erro) pergunta a uma menina que festeja na rua com uma bandeira do PSD:

 

"Festeja a vitória do PSD?"

 

"Festejo principalmente a derrota do Sócrates."

 

"Mas festeja, então, a vitória do PSD?"

 

"Por acaso até votei no Passos Coelho mas estou a festejar a saída do Sócrates."

 

 

E penso que tudo está bem resumido. 

 

 

E agora, uma música dedicada ao Grande Coelho Laranja, reflectindo os sinceros desejos de sucesso para a sua governação (com o Sr. Portas como esposa política). 

 


publicado por Harpad às 23:28
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Sábado, 4 de Junho de 2011

cortes no orçamento da cultura...

...na Itália de Berlusconi.

 

 

 

Uma iniciativa do maestro Riccardo Muti, durante uma representação da ópera Nabucco, de Verdi, cujo coro dos escravos hebreus foi sempre considerado um hino patriótico italiano já que, quando foi pela primeira vez representado ao público, uma boa parte da Itália do norte ainda se encontrava em poder Austro-Húngaro.

 

va', pensiero, sull'ali dorate.
va', ti posa sui clivi, sui colli,
ove olezzano tepide e molli
l'aure dolci del suolo natal!
del Giordano le rive saluta,
di Sionne le torri atterrate.
o mia Patria, sì bella e perduta!
o membranza sì cara e fatal!
arpa d'or dei fatidici vati,
perché muta dal salice pendi?
le memorie del petto riaccendi,
ci favella del tempo che fu!
o simile di Solima ai fati,
traggi un suono di crudo lamento;
o t'ispiri il Signore un concento
che ne infonda al patire virtù
che ne infonda al patire virtù
al patire virtù!


publicado por Harpad às 17:04
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votem, ó catano

pedidos vários para domingo:

 

1) votem! Não deixem que outros decidam por vocês. O argumento "ha, e tal, são todos iguais" é a desculpa dos acéfalos e dos carneiros.

 

2) estamos em plena crise mundial causada por décadas e décadas de liberalismo selvagem. Não é boa ideia enfiá-los no governo de cá. Povo: votemos à esquerda, porra.

 

3) não coloquem os sacos de lixo à porta porque, sendo domingo, não há recolha. Com este calor rapidamente começam a deitar cheiro, o que é algo que me aborrece.


publicado por Harpad às 03:48
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Sexta-feira, 3 de Junho de 2011

como é possível

Pois é, a acreditar nas sondagens, Portugal vai guinar, forte e feio, à direita, já no domingo. 

 

Será possível que os portugueses vão colocar no poder a mesma mentalidade (não arriscarei usar a palavra ideologia aqui, pois o partido que lidera as sondagens não a tem, nem nunca a teve) que causou a crise de 2007? A mesma mentalidade que gere esta triste Europa há anos? Será que é preciso remlembrar que as Merkels, os Sarkozys, os Berlusconis e muitos, muitos outros, não são exactamente socialistas? Será que é preciso relembrar que aqueles que não foram, nem são (nem serão) afectados pela crise ou quaisquer medidas de austeridade, como os Pintos-Balsemões, os Espíritos-Santos e outros, não são são propriamente Marxistas-Leninistas?

A culpa é do Sócrates? De quê? Da gripe das aves? Do Tsunami no Japão? Da crise do sub-prime? De ser um tipo arrogante e pouco elegante de palavras, sim. De ter feito pouca frente aos boys do PS, sim.  E de ter criado as Novas Oportunidades? E o investimento em ciência, nulo no tempo dos Cavacos, Flopes & afins? De ter investido na cultura? Querem, aliás, uma amostra do que se tem feito nos últimos tempos neste campo, recomendo que assistam ao Festival ao Largo, em Lisboa, todo o mês de Julho. Será o último, certamente. Distribuir computadores aos miúdos é mau? E o rendimento de insersão social também? E já agora, recuando um pouco, foi mau o Porto 2001? Serralves? A Casa da Música? O Euro 2004? A Expo 98? Tudo acontecimentos que os conta-tostões do PSD sempre criticaram mas que nos colocaram no mapa da existência (o que atrai verdadeiro investimento vindo do estrangeiro, de que tanto precisamos) depois de 50 anos de Estado Novo e 10 anos de Cavaco nos terem remetido para o obscurantismo social, político e económico.

 

Todos se regozijam com a queda do governo, como uma espécie de Abril dos tontos: a direita anseia pelo poleiro, a triste esquerda que temos irá estar no seu palco preferido: o jogo do bate-pé à direita. Chiquérrimo ser um antifascista do pós-25 de Abril. 

 

O PS vai perder porque os media assim o ditaram desde que um tal de Belmiro de Azevedo se aborreceu por causa de uma certa OPA falhada. Desde aí tem sido o descalabro. Lamento dizê-lo, mas os Gato Fedorento deram mais votos ao PSD que todos os seus líderes juntos conseguiram angariar desde o tempo do Toneca Guterres. 

 

Será possível? Termos precários a votar na direita? E estudantes do regime das Novas Oportunidades? E cientistas?

 

 

É muito, muito triste.

 

 

"como cegos, à beira de um barranco" 


publicado por Harpad às 20:20
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