O nosso querido líder viajou recentemente para Bruxelas enquanto débutante da política europeia e, para prestar, como devido, vassalagem à cardeal-matriarca da economia europeia, a Fräu Merkel.
Como demonstrar aos eleitores portugueses que a austeridade é para lecar a sério e, simultaneamente, se exibir como exemplo de confiança e honestidade? Simples: viajar em classe turística pela TAP, ao invés de optar pela classe executiva.
Não está mal visto, não senhor! Salienta-se, no entanto, uma questão (detalhe mínimo, sem dúvida): a TAP NÃO COBRA tarifa aos membros do governo português. Como resultado, o dinheiro que foi, efectivamente, poupado, aos contribuintes portugueses foi ZERO. Demagogia e oportunismo, por outro lado, foram impingidos aos portugueses em abundância.
O Grande Coelho Laranja continua a sua extradinária saga com o intuito de, em simultâneo, reaver os votos entretanto perdidos para o CDS e colocar o Paulinho das Feiras no seu devido lugar, indivíduo este que muito empinado tem trazido o nariz, pois bem sabe que o GCL precisa bem mais dele do que o oposto, na verdade. Para quem tem seguido as notícias de hoje certamente reparou no insólita de ver o GCL alternar entre a defesa da liberalização do aborto e o "ha e tal, podemos rever isso e o catano..." ou então "nós, referendar não, mas se houver um movimento popular..." E mais não sei o quê (e o camandro).
|
Percebe-se bem, claro: há que papar votos do CDS e manter a vaga componente social democrata que ainda existe no PSD a seu lado, ou pelo menos não chatear (a começar pela Paula Teixeira Pinto, a pessoa desse partido que consegue demonstrar cérebro porque tem, de facto, cérebro para demonstrar).
... da esquerda à direita do parlamento... tudo sorrisos de felicidade - uns porque brincam às revoluções, outros porque lhes cheirou o poder. Da esquerda à direita do parlamento, no dia em que o governo caiu, os que elegemos como oposição deixaram-nos nas mãos do FMI, do BCE, da fräu Merkel e merceeiros do mesmo calibre; enfim, de mais austeridade sobre as classes média e baixa. Fizeram-no por três motivos apenas: o politiqueirismo, o populismo e pela fome de poder. Até a esquerda, com a qual o próprio autor desta merda de blog supostamente se deveria identificar, sempre tão afoita de apregoar o melhor interesse pelos portugueses, não hesitou em nos entregar ao descalabro. Para quê, afinal?
Ficámos melhor? Não.
Ficaremos melhor? Não.
...excepto, avaliando pelas sondagens, quem militar no laranjal...
Harpad© 2014